domingo, 31 de janeiro de 2010

Pedro Gomes em busca de mais uma vaga na Seleção Juvenil de Escalada Esportiva.


Neste domingo (31) foram encerradas as inscrições para o Campeonato Brasileiro Juvenil 2010 que selecionará os atletas que formarão a Seleção Juvenil de Escalada Esportiva. Desta vez, a competição acontecerá no muro da Campo Base, em Curitiba (PR), nos dias 6 e 7 de Fevereiro. Essa é a segunda edição desta seletiva, que no ano passado ocorreu no muro da Via Aventura, na mesma cidade paranaense. No dia 5 de Fevereiro o caçula da Família, Pedro Gomes e a atleta Luana Riscado embarcam em busca de mais uma vaga na Seleção Juvenil. Lembrando que os dois atletas de Niterói (RJ) fizeram parte da Seleção que disputou o Mundial Juvenil de Escalada Esportiva 2009 realizado na cidade de Valence, na França.

Este ano, Pedrinho disputará a Seletiva na categoria Júnior (Nascidos em 91 e 92). Ano passado, o atleta estava na categoria Juvenil A. E se em 2009, Pedro pegou pedreira em Valence ("Pedreira", leia-se, Adam Ondra), desta vez a história será mais complicada ainda. A dificuldade será grande já na Seletiva. Isso porque um dos concorrentes às 4 vagas reservadas para a categoria "Júnior" será Felipe "Pikuíra" Camargo. A Família Buscapedra apoia o projeto da Seletiva e sabe que independente do resultado, o Brasil será muito bem representado esse ano no Mundial Juvenil, que acontecerá na Escócia.

sábado, 30 de janeiro de 2010

Diagnóstico da lesão: Dos males o menor.


Há algumas semanas atrás estaria dando pulos de felicidades por ter chegado o final de semana e, com ele, o sol! Mas, como a lei de Murphy tem me perseguido, é claro que o tempo bom só aparece quando eu não posso escalar. Pois é, continuo em fase de recuperação da lesão. Nesta segunda-feira (1), começo a fazer sessões de fisioterapia, paralelamente com o tratamento no Instituto Kioshi & Makoto Terapias Orientais. Ao total serão 10 sessões de fisio. Espero realizá-las antes do Carnaval. Com o antibiótico, a moxa e o Tiger Balm, já consigo, lentamente, abrir e fechar a mão sem dor. 

A lesão aconteceu há dez dias atrás - na quinta-feira (20) -, durante mais um treino no Escalada Indoor Icaraí. Após realizar um movimento de puxada forte em um bidedo raso em direção à uma agarra boa, senti uma fisgada muito forte no dedo que refletiu por todo o antebraço. Havia suspeitas de estiramento e ruptura parcial do tendão, mas graças a Deus não passou de uma inflamação no tendão flexor do dedo médio da mão direita. Quando soube do diagnóstico exato tive a sensação de terem tirado das minhas costas mil quilos! Acredito que ao final das sessões de fisioterapia e após algumas consultas no Instituto, postarei no blog a minha melhora!

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Vídeo da cadena da via Religare (9b).


Recentemente saiu em diversos sites e blogs a notícia da cadena da via Religare (9b) - na Falésia dos Primatas (RJ) -, pela escaladora carioca Raquel Guilhon. Tive o prazer de passar o final de ano com ela e o namorado, o amigo Ricardo Cosme. Os dois me falaram que estava para lançar o vídeo da cadena da Quel. O vídeo foi filmado e editado pelo Ricardo, que diga-se de passagem, mandou muito bem no trabalho. Raquel tem em seu currículo vias hards como a Migalhas Indecentes (9c) no Campo Escola 2000 (RJ). Quel, agora que a cadena da Religare saiu, é só trabalhar o décimo grau e correr para o abraço! Confira abaixo o vídeo da cadena da Religare.

Aproveitando o post, disponibilizo mais um vídeo da autoria do Ricardo. Desta vez trata-se da cadena da via Mundo Cão (9a) no Platô da Lagoa (RJ), pelo escalador Thiago Antonelli.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Fé na recuperação.


Após conversar com o professor Kioshi Kikuti durante mais uma consulta no Instituto Kioshi & Makoto Terapias Orientais, estou levando muita fé na melhora da minha lesão. Segundo Kioshi, trata-se de uma lesão dura e que requer paciência para tratar. Continuo sentindo dores ao abrir e fechar a mão direita. Quando faço um movimento de puxada com o dedo médio (dedo lesionado) a dor é absurdamente forte! Ainda não tenho previsão de volta aos treinos. Os médicos com os quais me consultei foram unânimes em recomendar o "repouso absoluto". Continuo realizando o tratamento com moxa, TigerBalm e imobilização. Nesta quinta-feira (28), às 15h15, tenho uma nova consulta com o professor Kioshi.

Layout do site do Instituto Kioshi & Makoto Terapias Orientais. Foto: Reprodução Internet.

O Instituto Kioshi & Makoto Terapias Orientais está há mais de 30 anos no mercado e possui quatro unidades: em Icaraí (Niterói), na Rua Gavião Peixoto, 182/602 [tels. (21) 2711-7379 / 2620-7447]; em Copacabana (Rio de Janeiro), na Rua Siqueira Campos, 43/604 [tels. (21) 2236-1410 / 2235-1826]; no Centro (Rio de Janeiro), Avenida 13 de Maio, 13/1518-1519 [tels. (21) 2240-2455 / 2535-1615; e na Barra da Tijuca (Rio de Janeiro), Avenida das Américas, 1155/704 [tels. (21) 2495-6728 / 2111-927]. No site é possível achar mais informações sobre os métodos usados pela equipe do Instituto. Liguem e marquem suas consultas. Em breve mais notícias - boas com certeza - sobre essa bosta de lesão.

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Sugestão da Família: Samba de primeira.


Desta vez, o ritmo que venho propor à vocês é bem diferente do que a minha última sugestão. Do rock de Eddie Vedder, sugiro à vocês o DVD do grupo de samba, Casuarina (MTV Apresenta: Casuarina). Estranho um escalador falar de samba, não é? Mas o senso comum acha que samba é a mesma coisa que aqueles grupinhos de pagodes paulistas (nada contra os paulistas!) com roupas iguais e óculos na cabeça que vão tocar no programa do Gugu. Não é! O samba tem uma riqueza muito maior, tanto nas letras, quanto na parte instrumental. Particularmente, há uma cultura muito forte do samba na Cidade Maravilhosa. Mas como eu não fui criado nos terreirões do samba e nem tenho doutorado em Samba Carioca, não vou me alongar e correr risco de falar alguma besteira. Resolvi fazer esse post para sugerir um cd e um dvd que venho curtido por alguns meses.

Capa do CD, DVD, Blue Ray MTV Apresenta Casuarina. Foto: Divulgação.

Produzido pela MTV, o show que deu origem ao DVD, foi realizado em Maio de 2009 na Fundição Progresso, localizado no bairro boêmio da Lapa. O grupo foi criado em 2001 e é composto pelos músicos Gabriel Azevedo (percussão e vocais), João Cavalcante (percussão e vocais), Daniel Montes (violão 7 cordas), João Fernandes (bandolim e vocais) e Rafael Freire (cavaquinho e vocais). Além dos cinco, foram chamados para participar da gravação os músicos: Alexandre Bittencourt, Diego Zangado, Nelci Pelé e Renato Albernaz. O dvd conta ainda com as participações especiais de Frejat, Moinho (Emanuelle Araújo, Lan Lan e Toni Costa), Moska, Roberto Silva e Wilson Moreira.

Dentre as 23 faixas do DVD, estão alguns sucessos do grupo, como Certidão e Vaso Ruim, além é claro, de clássicos do samba que receberam uma versão nova dos rapazes, como Baile no Elite (João Nogueira / Nei Lopes), Desfigurado (Cartola), Disritmia (Martinho da Vila), etc. Fica aqui a dica. Um DVD muito bem produzido e que vale a pena ser visto. Em julho do ano passado tive a oportunidade de assistir ao show do grupo na Fundição e confesso ter ficado bastante animado com o ritmo e com a empolgação da galera que cantava todas as músicas do repertório. Por falar nisso, dia 30 de Janeiro, haverá um show na Fundição Progresso da cantora Maria Rita com os rapazes da Casuarina. Estarei lá mostrando todo o meu gingado duro para o samba! Para maiores informações sobre o evento, clique aqui.

Post ao som de Casuarina - Arco-Íris.

sábado, 23 de janeiro de 2010

4º The North Face Master de Bouldering.


O cartaz de divulgação do campeonato. O atleta da TNF, Daniel Woods (foto) não comparecerá ao evento deste ano. Foto: Divulgação.

Até que enfim saiu a data do 4º TNF Master de Bouldering. O campeonato acontecerá nos dias 4 e 5 de Março na cidade de Santiago, no Chile. Desta vez o astro norte-americano Daniel Woods não comparecerá ao evento. Woods será substituído pelo também americano, Alex Honnold, famoso por seus solos insanos e cadenas de vias hard grit. Mas na horas vagas Alex manda seus boulderzinhos. Em seu currículo ele tem o clássico boulder Mandala V12, em Bishop, Califórnia (EUA). Mas se o representante masculino da TNF não tem muita tradição em boulders, o mesmo não pode ser dito da representante feminina. Assim como nas edições passadas, a norte-americana, Lisa Rands dará o ar da graça, mostrando toda sua força de uma autêntica "boulder-girl". Porém, nos O route-setter convidado para abrir os boulders do evento será o francês Gilles Bernigolles.

Mesmo não sendo um exímio escalador de boulder, Alex Honnold será um dos convidados da TNF para o evento. Foto: Divulgação.

Será no Parque Bicentenario, que "los maestros se vuelven a reunir" (os maestros voltarão a se reunir) e disputarão o prêmio principal de U$2.500 (dois mil e quinhentas doletas!). A premiação para o segundo e terceiro lugar são de U$1.000 e U$500, respectivamente. Ainda haverá premiação para o quarto e o quinto lugar com produtos da TNF. De acordo com o cronograma do evento, no dia 4 de março começará a competição. Neste dia, às 11h30 dará início ao Open (primeira fase). Ainda no mesmo dia, acontecerão as semi-finais femininas e masculinas. Às 19h15 do dia 5, começam as grandes finais das duas categorias.


Lisa Rands mais uma vez participará do evento. Como pode ser visto acima, Rands é uma perita em boulders hards. Fonte: Youtube.com

E o Brasil, como sempre, será representado no campeonato. Ainda não é nada cem porcento certo, mas evento contará com as presenças dos atletas paulistas César Grosso, André "Belê" Berezoski, Andréia, Ana Luíza e Thais Makino. O outro atleta que completará a equipe brazuca será o carioca (morador de Niterói), Caio Gomes. Exatamente! Esse ser que vos fala. A data de embarque da equipe não foi combinada ainda. Mas em breve, informarei no blog mais notícias sobre esse evento. Graças a Graham Bell, informarei sempre que possível os resultados do campeonato para que algum membro da Família possa postar aqui no blog. Até lá é tratar dessa lesão e intensificar (mais ainda) os treinos, quando possível, é claro.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

No estaleiro e em tratamento intensivo.


Todos conhecem a Lei de Murphy que diz que "se algo tem chance de dar errado, dará errado", não é? Agora, poucos conhecem a Lei de Clark. Pensem num cabra pessimista, pois então! A Lei desse malandro aí diz simplesmente que "Murphy era muito otimista". Mas vocês devem estar se perguntando: o que pode ser pior do que o pão cair com a parte da manteiga para baixo? Acreditem se quiser, tem coisa pior. Sem dúvida alguma, o tal Clark ficaria muito orgulhoso do meu caso. No treino da última quarta-feira (20) no Escalada Indoor Icaraí, enquanto estava para encadenar um boulder hard que vinha trabalhando no muro, ouvi um estalo vindo da mão seguido de um puxão que começou na base do dedo médio (o famoso "dedo feio") e só terminou no final do antebraço, próximo do cotovelo. O som do estalo foi desesperador. Já corri para colocar gelo e mobilizar. Foi difícil pegar no sono aquela noite. Só pensava no campeonato de Santiago em Março (em breve post da chamada do campeonato).

Os tratamentos à base de Tiger Balm, moxa, Anti-inflamatório e imobilizações já começaram. Foto: Pedro Gomes.

Na manhã da quinta-feira (21) me dirigi, bem cedo, à clínica Arto Ortopedia e Traumatologia - em Niterói (RJ) -, para saber o que de fato tinha acontecido no dia anterior. Após o raio-x, o médico ortopedista Alexandre Mendes Lopes, realizou um pré-diagnóstico dizendo que poderia ser um estiramento ou uma ruptura parcial. Todavia, para uma melhor diagnostificação, o médico pediu um ultra-som. Pronto! Mais uma noite sem dormir direito. Às 10h40 da manhã desta sexta-feira, lá estava em na sala de espera para fazer a ultra. A médica que realizou o exame, Sônia M. T. da Silveira, disse que com a ultra é possível que sejam descartadas as duas possibilidades dadas antes pelo ortopedista. E de acordo com ela, o tendão do dedo médio está o dobro dos tendões do dedo ao lado.  Ainda segundo Sônia, a lesão pode ser também uma inflamação. 

Independente de diagnóstico, os tratamentos já começaram. Já estou iniciando minha recuperação à base de muita moxa, tiger balm, anti-inflamatórios (comprado com prescrição médica), imobilização e muito pensamento positivo. No sábado (23), começam também o tratamento intensivo no Instituto Kioshi & Makoto Terapias Orientais. Quero ouvir a terceira opinião, desta vez, do Professor Kioshi Kikuti. Postarei mais notícias assim que sair da consulta com o Professor e tiver mais informações sobre a gravidade da lesão. Boas vibrações e energias positivas!

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Escalada entra para o Calendário Esportivo de Niterói (RJ).


Lançamento do Calendário Esportivo 2010 da Secretaria Municipal de Esportes de Niterói ocorreu no Clube Central, na Praia de Icaraí. Foto: Caio Gomes.

Na noite da última terça-feira (19), os atletas patrocinados do Escalada Indoor Icaraí, Luana Riscado, Caio e Pedro Gomes participaram do lançamento do Calendário Esportivo de Niterói 2010 realizado no Clube Central (Praia de Icaraí - Niterói/RJ). Além dos três atletas, o evento contou com a presença da diretora e o secretário do Dpto de Competições da FEMERJ, Patrícia Mattos e Luiz Alves. De acordo com Eduardo Caminha(Secretário de Esportes de Niterói), um dos objetivos principais da Secretaria esse ano é apoiar a diversidade de modalidades praticadas em Niterói. Depois de anos, finalmente a escalada esportiva foi reconhecida e inserida no calendário de esportes da cidade. Ainda na cerimônia, os atletas Pedro Gomes e Luana Riscado foram homenageados - com direito a aplausos de todos os presentes - por terem sido os primeiros atletas a representarem, não só Niterói, mas todo o Estado do Rio de Janeiro no Campeonato Mundial Juvenil 2009, realizado na cidade de Valence, na França.

Os atletas Pedro Gomes e Luana Riscado foram homenageados durante a cerimônia. Foto: Caio Gomes.

É bom ver o amadurecimento do nosso esporte. Niterói tem muito potencial natural para a escalada esportiva. A cidade possui uma grande qualidade de vias e boulders. Porém o cenário das competições aqui é pouco conhecido e divulgado. Metade do Circuito Estudual de 2008 aconteceu no muro do E.I.I., que fica em Niterói. O Circuito de 2009 foi realizado em sua totalidade em solo niteroiense. E isso não foi divulgado em nenhum veículo da cidade. No final de 2009 e início deste ano, parece que a Secretaria de Esportes de Niterói, finalmente reconheceu que a escalada pode ajudar em trabalhos sociais e educacionais. Agora só falta a cidade começar a apoiar seus atletas dentro da escalada. Tomara que em 2010 a nosso esporte tenha muito sucesso na Cidade Sorriso.

A equipe do Escalada Indoor Icaraí, Patrícia Mattos, Luana Riscado, Pedro e Caio Gomes com o Secretário de Esportes de Niterói, Eduardo Caminha. Foto: Luiz Alves.

Além do E.I.I, Pedro Gomes tem patrocinio da Mr. Rock e Kioshi & Makoto Terapias Orientais. Caio Gomes, também atleta do E.I.I., é patrocinado por LECHEN, VDOZE, Mr. Rock e Kioshi & Makoto Terapias Orientais. A atleta Luana Riscado tem patrocínio do E.I.I. e Mr. Rock.

Post ao som de Soulja Boy - Crank That.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Sapatilhas da Evolv já em solo nacional.


Atenção mineirada: as sapatilhas da Evolv começarão a ser vendidas na próxima quinta-feira (21) na loja Adrena em Belo Horizonte (MG). De acordo com o Pedrinho - proprietário da loja -, as sapatilhas já chegaram e, ao total, são cinco modelos. Os preços são variados. Por exemplo, a Bandit custará R$279. Já os modelos Pontas, Pontas Lace, Talon G2 custarão R$299. A Optimus Prime, que é a top de linha, chegará para nós por R$320. Ainda segundo o dono da Adrena, a aceitação da marca no Brasil será o fator decisivo para que a loja coloque mais modelos a venda no mercado nacional. Mas se vocês não teveram o prazer de nascerem BH, não se preocupem, a Adrena já está procurando revendedores em todo o Brasil. Mas se ainda sim, vocês não sabem esperar, nasceram de 7 meses, calma! As sapatilhas também serão vendidas pelo site da loja, que envia para o país todo.

Outra notícia que tive em primeira mão, foi que o "Pequeno", Felipe "Pikuíra" Camargo, está indo para o estado das Minas Gerais onde fará suas primeiras fotos como atleta da EVOLV TEAM. As fotos serão feitas nos boulders da Serra da Piedade e de Sabará. Felipinho ficará uma semana escalando na "terra do pão-de-queijo". Assim que possível, disponibilizarei no blog as fotos e notícias de cadenas, é claro! Mas uma vez parabéns ao Felipe pelo patrocínio e ao Pedrinho (Adrena - BH) pela excelente iniciativa.

Post ao som de Bob Marley - Judge Not.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Entrevista: Patrícia Mattos.


Há tempos tinha vontade de colocar no blog uma entrevista com a Patrícia Mattos. Por uma questão de intimidade - afinal são mais de 10 anos escalando junto dela -, vou me referi à ela como Patty. Enfim, a Patty é a responsável por eu começar a disputar campeonatos. Entrei para o muro dela (1ª versão no Colégio Salesianos Santa Rosa em Niterói/RJ) no inicio de 1999, quando tinha 11 anos. No mesmo ano entrei em um campeonato que ela realizou em seu próprio muro. É claro que fiquei em último, mas começava ali uma paixão por competições. Porém essa paixão hoje encontra-se abalada. É sobre essa e outras coisas que conversei com a Patty e que vocês agora podem conferir.

E aí Patty, primeiramente, como manda o protocolo, gostaria de saber como é que você começou a escalar?

Foi por volta de 87, eu tinha 21 anos, hoje tenho 44, e na verdade comecei tarde se comparado aos dias atuais, onde os escaladores começam cada vez mais cedo. Tinha começada a faculdade de Biologia Marinha e na minha turma estava o Ralf Côrtes. Já viu né? Fiquei bem curiosa com aquele cara carregando aquele mochilão de um lado para o outro e fui logo saber do que se tratava. Ele me explicou que escalava em rocha e fui ficando curiosa e perguntei se mulher também fazia isso. Daí ele me mostrou uma foto da Isabelle Patissier... aí não teve jeito! Logo fui parar na Pedra do Urubu, na Urca, onde foi a minha escola. Lá vi escalar Paulo Macaco, Ralf, as Monicas, Marcelo Ramos, Nilton Campos, Katinha, Ritinha, Marcelinho Braga, Antônio Paulo, Pita, Sérgio Tartari, Alexandre Portela, e outros. Vi também o Patrick Edlinger trabalhar a Via do Alemão. Então foi no meio dessa galera, meio perdida, já que era um mundo novo para mim, que eu comecei a escalar.

Patrícia (a long, long time ago) no platô da via Lagartão no Totem do Pão de Açúcar. Urca (RJ). Foto: Luis Cláudio Pita.

Ainda nessa época, rolou aquele lendário campeonato no alto do Pão de Açúcar. Quando você começou a se dedicar às competições como atleta (já que você há anos se dedica à organizar esses eventos)?

O responsável por aquele muro no Pão de Açúcar era o Paulo Bruxo. Foi a primeira vez que teve um campeonato aqui no Rio de Janeiro, se não me engano (corrijam-me se estiver errada). Porém a minha primeira competição não foi lá, afinal estava começando. A primeira vez que competi foi nos dias 29 e 30 de maio de 1993 em Itatiaia (RJ). Fiquei em 8ª de 9 competidoras e muito feliz, pois em última ficou uma argentina chamada Silvina, que escalava muito! Eu tinha achado aquilo ali muito difícil e resolvi competir outras vezes. Até que junto com Alexandre Galvão e meu irmão, Plínio Mattos, montamos nosso primeiro muro de escalada no Colégio Salesianos, para podermos treinar. Junto com o treino começamos a dar aulas no muro também. Foi muito legal. Aumentamos esse muro 3 vezes até ele ficar completo. Pequeno, mas completo. Dava pra guiar, tinha negativos, teto e uma área de boulder com domínios.

Como era a escalada quando você começou e como você vê o nosso esporte hoje?

Tinha bem menos escaladores, nem se compara com os dias de hoje. A graduação não era tão alta ainda. As pessoas estavam ali escalando porque amava o esporte, não porque era moda ou qualquer coisa do gênero. Hoje em dia existe muita gente escalando e muita gente fazendo besteira também, pois os curiosos de plantão acham que sabem escalar depois de ler um livro de escalada ou um texto na internet. Daí compram equipamento e saem por ai fazendo de tudo um pouco. Não se preocupam com a ética da escalada e nem possuem uma consciência ecológica. Ficam em situações de risco de vida e depois não sabem o que fazer pois não têm noção de resgate nem de primeiros-socorros. Quer coisa pior que também do que ir para a rocha e encontrar um grupo enorme de rapeleiros gritando e descendo de luvas, sem capacete e de cabeça para baixo? Isso é uma desgraça!

Como disse na introdução, você é responsável por me colocar nessa "roubada" (viciante) de campeonato. Além do mais foi responsável também por organizar os melhores campeonatos que já participei. Ah! E sempre que possível, dando as melhores premiações, dentre elas uma passagem para a França e um cheque de R$1.000 (mil reais). Esse último eu tive a infelicidade de ganhar (rs)! Mas quantos campeonatos você já participou e quantos você organizou?

Eu participei como atleta de uns 50 pelo Brasil a fora. Já como organizadora foram uns 18 campeonatos ou mais. No ano passado voltei a competir em Brasileiros de Dificuldade, pois como Diretora do Departamento de Competições da FEMERJ, tive que levar a delegação de altetas do Estado do Rio de Janeiro para os campeonatos, e já que eu estaria lá com eles acabei optando por competir também. Sem compromisso nenhum. Pois eu não estava mais treinando para isso. Acho que competindo junto com os atletas é uma forma de incentivá-lo. Eu não sou daquele tipo de pessoa que fica só olhando. Gosto de participar também e na minha idade posso me dar ao luxo de competir só por competir, sem me cobrar resultados. Eu costumo dizer que competir está no sangue e gosto da adrenalina dos campeonatos, de ter que esperar para entrar no muro e fazer o melhor, mesmo que o melhor não seja ganhar. É muito divertido!

Na foto, Patrícia junto dos atletas Luana Riscado, Pedro Gomes e Thaís Quacchia durante a Seletiva para a Seleção Brasileira Juvenil em 2009. Foto: Acervo Pessoal Patrícia Mattos.

Você recentemente tomou a frente dos campeonatos tornando-se Diretora do Departamento de Competições da FEMERJ. Há anos é você quem realiza os principais campeonatos do Estado, com ou sem ajuda das federações - que ao longo dos tempos tiveram diversos nomes. Em 2008, quando o Rio de Janeiro voltou a ter um Circuito Estadual. A galera esteve animada: quatro etapas em três muros diferentes. Mas em 2009 foi diferente, só você sediou as etapas e implantou a federação obrigatória e isenção de pagamento de inscrição. Esse ano o Circuito Estadual foi suspenso. Difícil fugir desse assunto, já que ele foi divulgado por toda a rede. O que de fato aconteceu?

Não é de agora a dificuldade em conseguir patrocínios. Isso vem acontecendo há algum tempo já. A maioria coloca a culpa no ano de 2009, mas esse problema vem de antes. Sinceramente não sei se foi a globalização, o euro e o dólar juntos sempre com o valor mais alto que o da nossa moeda, a facilidade da internet, uma moda que passou, alguém ou alguns que queimaram o filme do esporte ou se é "pão-durisse" mesmo. Só sei que os patrocinadores estão desaparecendo completamente! Só oferecem mochilas e outros acessórios que no dia seguinte estão sendo vendidos em lista de e-mails de escalada. Isso não nos interessa. Interessa é termos condições financeiras de bancarmos o Estadual. Junto com eles desaparecem também o esporte de competição, apesar da bela performance ano passado com a formação da 1ª Seleção Brasileira Juvenil de Escalada Esportiva, mas que também ralou muito para acontecer, acho que não fácil não! Mas estamos aí tentando com fé! Ainda acredito que em meados de Março nossa diretoria consiga fazer o Ranking Estadual ou parte dele, pois idealizamos 4 etapas, como no ano passado. Pode ser que saiam menos etapas, não sei. Vamos torcer juntos! Estou aberta a conversas sempre.

Patrícia acompanhando a Delegação do Estado do Rio de Janeiro na Etapa do Brasileiro em São Paulo em 2009. Foto: Pedro Hauck.

O que você espera para o futuro da Escalada Esportiva de Competição?

Espero que acabe essa má fase. Eu e o Luiz Alves queremos fundar uma associação de escalada de competição, mas vamos ver o que vai acontecer. Que consigamos apoios e patrocínios. Do jeito que está não rola nada, nem campeonatos e muito menos uma associação. Para vocês terem uma noção, ano passado para aconteceram 4 etapas foi sinistro! Tivemos uma ajuda em dinheiro somente da LECHEN Mountain Equipment, além do suporte de mídia da Plural Mix que produziu as hilárias vídeo-chamadas e os vídeos documentários de cada etapa. Para 2010 o Luiz incluiu no plano de mídia até spots de rádio na OI FM. Em 2009 eu banquei uma parte e quase não tivemos voluntários, muito poucos! Fizemos homenagem aos atletas de Niterói, Pedro Gomes e Luana Riscado, por terem sido os primeiros do Estado do Rio de Janeiro a disputarem uma competição mundial. Até assaltados na ida ao Brasileiro de Curitiba nós fomos. Mas estivemos em todas as duas etapas do Brasileiro do ano passado, sempre com algum pódio. No final foi tudo alegria.

Valeu Patty, obrigado pelo bate-papo e espero que tudo melhore para nós, né? Boa sorte em 2010 e para o que você e o Luiz precisarem, saibam que a Família vai estar aqui de prontidão para ajudá-los. Se quiser, deixe um recado para a galera!

Pressão, galera! Vamos tentar visualizar a situação atual e ajudar. Tem muito atleta bom no nosso Estado e no Brasil. Tem gente que nós nem conhecemos com muito potencial, mas é só
o vírus da competição pegar de jeito que vai! União nessa hora também é fundamental. E o futuro, vamos pensar nele também. Está aí a Seleção Brasileira Juvenil de Escalada Esportiva no seu segundo ano. Ano passado eu marquei duas etapas de competição infantil por idade e só apareceu um atleta, o João Matheus, que está aí competindo com os adultos. Ele foi nas duas etapas do Brasileiro, sem medo e super feliz. Ele é um grande exemplo para muito marmanjo. Eu fiquei muito preocupada com a falta de competidores na categoria infantil no nosso Estado. Isso significa que não está havendo renovação! Esse é um bom motivo para reflexão. Beijos e "bora" escalar e competir.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Falta de incentivo: o outro lado do problema.


O assunto sobre a falta de incentivo deu mesmo o que falar. O post teve uma ótima repercussão e gerou uma grande mobilização por parte dos escaladores. O "desabafo", além de me aliviar, serviu também para comprovar que as comunidades da pedra e da resina estão unidas em prol de um único ideal: o desenvolvimento do esporte. Mas como disse antes de finalizar o tal post, não gosto de ser e nem quero cometer nenhum tipo de injustiça com ninguém. Recentemente tive a oportunidade de conversar com alguns empresários - que por questões éticas e "anti-fofoquinhas" não vou revelar as identidades -, e durante um papo bem descontraído, pude ver o outro lado dessa moeda. Atenção: a conversa que tive com esses senhores, foi em relação ao patrocínio destinado à um atleta.

Durante um almoço em uma tarde quente na Cidade Maravilhosa - perdoem-me o pleonasmo -, tive o prazer de conversar com empresários do ramo da escalada. Cheguei com uma ideia de como funcionava o tão almejado patrocínio/apoio, mas saí de lá com esse conceito completamente mudado. A primeira frase de um deles foi arrasadora: "Minha empresa venderá mais equipamentos por está te patrocinando/apoiando!". De fato! Além do mais vi um lado que poucas pessoas sabem. Os empresários me disseram que já houve muita decepção por causa de apoios destinado à escaladores. No geral, quando esses "manda-chuvas" dão uma oportunidade, eles pedem muito pouco em troca: fotos e vídeos do patrocinado/apoiado com seus produtos, divulgação da marca através de blogs, roupas ou em outras mídias espontâneas e etc. O problema é que quando aparecem pessoas dispostas a apoiar o esporte, tem sempre um "atleta" que vacila, e com isso, mancha a imagem da escalada.

Pensem - mas com o bolso de vocês. Vocês dariam oportunidade à escaladores depois de ter tomado uma volta desses "trepadores de pedra"? A verdade é que os poucos empresários que ainda patrocinam nossos atletas são escaladores, amantes do esporte ou, simplesmente, pessoas de bom coração. Antigamente se dizia que era questão de tempo para retirarmos à má-impressão deixada pelas gerações passadas quanto ao profissionalismo na escalada. Mas de coração? Vejo que profissionais eram os "coroas" das últimas décadas. De acordo com o relato destes empresários, a nossa geração têm vacilado muito. Faltando com suas responsabilidades diversas vezes seguidas.

Acredito que quando começarmos a dar mais valor à questão do profissionalismo dentro da escalada, teremos mais oportunidades surgindo para nós. É preciso que a imagem (todos sabem de qual imagem estou falando!) que o senso comum tem da comunidade escaladora seja desvinculada. Para isso, é preciso ainda que nos empenhemos duramente. Pensem que isso é um projeto de 11c - ou um v14 para os boulderistas -, e vamos trabalhar em cima disso. Com amadurecimento e inteligência a gente conseguirá atingir esse profissionalismo. Quem sabe não seja isso que falta para estarmos nas Olimpíadas?

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Sugestão da Família: Blog Revolta Cotidiana.


E parece que o caçula da Família Buscapedra resolveu colocar as asinhas de fora e alçar novos voos. Calma, mãe! Pedrinho não está saindo de casa, nem arrumou as malas para um mochilão rumo à Yosemite - por mais que o meu pai desejasse um filho "rato" do El Cap. Na madrugada desta quarta-feira (13), o caçula criou um blog para, como suas palavras, externar suas opiniões.

A proposta do blog Revolta Cotidiana é relatar através de textos irônicos, engraçados e exageradamente revoltados fatos que aconteceram com Pedro em seu dia-a-dia ou que tenha sido noticiado na mídia. Não há uma delimitação exata de um tema. Pedro promete entreter os leitores do blog com histórias engraçadas de fatos que ele julga ser, de certa forma, inaceitáveis. Bom, fica a dica do blog Revolta Cotidiana que já conta com o seu primeiro post. Parabéns ao Pedro pela iniciativa. A ideia é bem legal, só falta agora colocar a mão na massa.

Post ao som de Led Zeppelin - Black Dog.

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Falta de incentivo ao esporte é tão 2010.


Parece que a falta de incentivo por partes dos empresários brasileiros nunca esteve tão na moda. Vou aproveitar o gancho para contar um caso que aconteceu comigo há uns anos atrás. Nunca contei isso, mas como o assunto "falta de incentivo" foi pautado de novo no nosso cotidiano, resolvi relatar o ocorrido. Por volta de 2004, comecei a procurar patrocínio afim de arrecadar um dinheiro para disputar um Sulamericano Juvenil. 

Em um de meus corriqueiros passeios pelo Plaza Shopping (o mais importante shopping de Niterói, RJ) ao lado da Família Buscapedra, entrei em uma loja - que, por questões éticas, não revelarei o nome - e de cara me deparei com a seguinte cena: uma parede repleta de agarras de escalada da ByPita e dois quadros grandes com a foto do dono das agarras, Luis Cláudio "Pita". O curioso é que os donos da loja não faziam ideia de quem era o maluco escalando. E nem o Pita sabia que tinha fotos dele na tal loja. Até aí, tudo mais ou menos bem. Mas quando perguntamos ao proprietário da loja se eles tinham algum interesse em apoiar atletas da escalada, ele foi direto e seco: "Não!".

E não é só a indústria da moda que se aproveita da imagem da escalada para associar preços "radicalmente" baratos ao nosso esporte. Quantos comerciais de carros offroads, adventures, nós vemos diariamente na tv usando a "nossa imagem"? Centenas! Agora, quantas dessas empresas ajudam, incentivam de alguma forma a escalada? Nenhuma! Mas é como dizem por ai: tudo que está ruim, pode piorar. E é o que vem acontecendo. Já é previsível, porém não aceitável, que essas multinacionais bilionárias não queiram ajudar o esporte nacional. Afinal, não somos nós escaladores que pagamos R$200.000 em um offroad que nunca vai ver uma lama na vida. Mas o que está me preocupando muito nos últimos anos é a falta de comprometimento de algumas empresas do ramo com o esporte. Essas empresas - que se auto titulam "voltadas para o público do montanhismo/escalada esportiva" - viram as costas para os atletas quando esses, que são os que mais divulgam o esporte, precisam. Para tudo esses empresários têm uma desculpa. Ou o cara só vive na esportiva e não faz a imagem de "montanhista" exigida pela empresa, ou ele só vive nas falésias e paredes e não aparece muito, com isso não gera muita aparição na mídia. Acho que na real esses "empresários aventureiros" deveriam ir atrás de ex-BBB's e eremitas.

Outra coisa que tem me incomodado bastante é a falta de apoio aos campeonatos em todo o país. "Ah, porque nossos clientes não são competidores". Ah não? E vocês acham que o coroa barrigudo que vai comprar uma sapatilha dois números maior que o pé dele (para não machucar), saquinho de magnésio e um oito (sabe lá Deus para quê isso!) resolveu escalar por que? Pelo Homem-Aranha? Em 2000 tivemos aqui no Rio de Janeiro um circuito Open de Boulder nas praças da Cidade Maravilhosa. Muros na Praia de Copacabana e na Chacrinha, atraíram diversos curiosos e potenciais novos adeptos do esporte. Mais tarde tivemos o Rope Show, em um dos mais modernos shoppings da cidade, o New York City Center (Barra da Tijuca). Com um muro de 22 metros - o maior até hoje já montado no Estado - centenas de curiosos assistiram as vacas dos que caiam tijolados e as comemorações dos que encadenavam a via. É, eu era feliz e não sabia.

A gota d'água foi a suspensão do Circuito Estadual de Boulder do Rio de Janeiro 2010 por falta de apoio/patrocínio. O Luíz Alvez (Secretário do Depto de Competições da FEMERJ) enviou mais de 150 e-mails à empresas no intuito de fechar um apoio ou patrocínio para as etapas deste ano do Circuito. Como foi relatado pela Patrícia Mattos (Diretora do Depto de Competições da FEMERJ), algumas empresas se quer tiveram o trabalho de responder - se é que chegaram a abrir o e-mail. Só para vocês terem uma noção do preço das cotas por etapa: Apoio = R$250,00 e Patrocínio = R$500,00. Sei que teve a tal crise e que ninguém está muito bem de grana. Mas o que é duzentos e cinquenta reais para uma empresa do ramo da escalada? O problema é que ninguém quer fazer nada em prol do esporte sem correr um certo risco. Não seria hipócrita de dizer que ficaria feliz em tomar consecutivos prejuízos financeiros em prol da escalada. Mas é exatamente isso que vem acontecendo com a Patrícia Mattos. (Em breve um post falando sobre esses prejuízos e recompensas).

Acho melhor finalizar o post para não cometer nenhuma injustiça. E desculpem o desabafo, mas é que essas "mesquinharias" muito me revoltam. Mas apesar de tudo, ainda levo muita fé no esporte e acredito que o futuro está aqui dentro e que a evolução está acontecendo agora. Mas o incentivo para tal realização ainda permanece lá fora, junto do investimento estrangeiro. Como toda regra tem sua excessão, aqui no Brasil, felizmente, ainda temos pessoas que fazem muito pelos nossos atletas e pelo esporte a troco do simples prazer de ajudar e ver o desenvolvimento da escalada. É à essas pessoas que, em nome da Família Buscapedra, deixo o meu "muito obrigado"!

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Brasileiro entra para a Evolv Team.


Após um período de negociações entre a loja ADRENA (Belo Horizonte - MG) e a marca norte-americana EVOLV (famosa por suas sapatilhas) foi fechado, com sucesso, um acordo entre a duas empresas. No final do ano passado, o Pedrinho (dono da ADRENA), entrou em contato com os empresários da EVOLV interessado em trazer a marca para o Brasil. O bom preço e alta qualidade foram um dos fatores que fizeram com que o brasileiro se mobilizasse para revender  os produtos em solo tupiniquim. A partir da primeira quinzena do mês de Janeiro, a ADRENA passará a vender os produtos da EVOLV. 

Felipe "Pikuira" Camargo será o mais novo integrante da EVOLV TEAM. Foto: Divulgação.

Além de nós, brasileiros, que vamos contar com sapatilhas de alto nível sem precisar encher o saco daqueles nossos amigos que vão para a gringa passear, quem saiu ganhando também foi o jovem escalador Felipe "Pikuíra" Camargo. Com a concretização da parceria ADRENA/EVOLV, o Pedrinho viu que precisava de alguém para divulgar o produto aqui no Brasil. Nada mais justo que pegar o atleta com mais evidência dentro e fora do país. O nome do Felipe foi sugerido em um conversa com os americanos, que acharam bem legal e fecharam um acordo com o atleta. Felipe entra para o seleto grupo dos atletas da EVOLV TEAM ao lado de Chris Linder, Lisa Rands, Dalia Ojeda e Chris Sharma.

Felipe fará parte da Evolv Team ao lado de escaladores de ponta como o americano Chris Sharma (foto). Foto: Divulgação.

"Pikuíra", recentemente se destacou (mais uma vez) após encadenar o boulder mais difícil do Brasil, o Dia Santo. O boulder localizado em São Bento do Sapucaí (SP), teve o grau sugerido de V14 após receber as cadenas do André Berezoski "Belê" e do "Pardal". Porém, após poucos dias de tentativas, Felipe encadenou o boulder e sugeriu o grau de V13. E não pensem que com esse decote, Felipe ganhou a inimizade do "Belê". Pelo contrário. "Belê" estava presente no momento da cadena e ficou bastante contente com a precisão com que o "Pequeno" encadenou o boulder e aceitou a decotação como algo normal dentro da escalada.

Parabéns ao Felipe por essa nova parceria. Isso só mostra que com treino e empenho consiguimos qualquer coisa. Há poucos anos atrás, quem diria ser possível entrar para um time de uma marca internacional de escalar ao lado de feras mundiais? As portas estão abertas, as oportunidades estão ai. Só falta agora as empresas nacionais tomarem vergonha na cara e começar a incentivar os nossos atletas, porque reclamar que "neguinho" vai fazer a vida fora do país e esquece do Brasil é fácil. Parabéns também ao Pedrinho (ADRENA) pela iniciativa de sucesso. Em breve a Família Buscapedra começará a fazer suas encomendas das novas sapatilhas. Aí empresários brasileiros, se liguem hein?!

Post ao som de Bob Marley - So Jah Seh.

Climb Trip de Reveillon (MG): Vídeo do Mess In The Darkness.


Para os que acharam que as bagunças dentro do "Acampamento do Tio Gibara" não passaram de lendas, "balelas" ou "caôs", disponibilizo neste post o vídeo da tal bagunça como comprovação. Temendo processos judiciais, tentei colocar o vídeo direto no blog, mas por questões técnica isso não foi possível. O vídeo se encontra no YouTube, porém com visualizações restritas - ação recomendada pelo advogado de renome da Família Buscapedra, João Ricardo Gonçalves. Assistam abaixo o curta "Mess In The Darkness", filmado e editado por Caio, "o Gomes".



Post ao som de Bob Marley - Revolution.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Climb Trip de Reveillon (MG): Fotos e Cadenas.


Escalador na via "Festinha de Criança" 8c no G3 da Serra do Cipó (MG). Foto: Pedro Gomes.

Para encerrar os post sobre a viagem de final de ano pelo estado das Minas Gerais, disponilizo aqui o link do Flickr do Pedrinho para que todos vocês possam ver as fotos da viagem. Através de dezenas de cliques, Pedro registrou toda a nossa viagem que se iniciou no dia 29 de Dezembro de 2009 e encerrou-se no dia 3 de Janeiro. Durante a viagem escalamos nos boulders do Morro São Sebastião na cidade de Ouro Preto e nas vias clássicas no Grupo 3 da Serra do Cipó. Quanto as cadenas, pouca coisa foi realizada por nós. Pedro encadenou alguns v3, v4 em Ouro Preto e o caçula encadenou, de flash, a via "Salsa Punk", 7c, localizada no G3 da Serra do Cipó. Do pouco que pude escalar em Ouro Preto, encadenei uns v4, v5, repeti o "Lagartixa" v7 e cai na última agarra de um projeto do Magoo e do Tropia, "Irmãos Coragem", que deve está por volta do v8. No Cipó encadenei a "Jungle Boy", um 8b clássico do local. Fiquei muito contente em encadenar essa via. Em julho tem mais Cipó. E dessa vez será com a Família Buscapedra com seu time completo!

Aproveitando o post, colocarei no blog um vídeo que fiz essa semana de um problema localizado na Pracinha de Itacoatiara, em Niterói/RJ. O boulder é antigo. Acho que foi encadenado primeiro pelo niteroiense Dieguinho. Após um consenso e algumas repetições, como a do "Carlera", o grau foi confirmado em v8. Fica aí (mais um) convite para a galera vir conhecer a Pracinha.


Post ao som de Soulja Boy - The Future.

UPDATE: Faltou mencionar algumas cadenas importantes. Gibara, Ricardo e Raquel Guilhon mandaram também a via "Salsa Punk" 7c, sendo que a Quel encadenou de flash. E os cariocas estavam empolgados. O Bernardo "Biê" encadenou a "Super-Heróis" 10a. Por fim, a cadena mais expressiva da temporada de final de ano, a cadena da via "Cabra da Peste" 10c. O felizardo foi o escalador de Brasília (DF), Pedro Raphael. Quanto ao grau da via que ainda não foi consolidado, Pedro preferiu evitar as polêmicas e gradou em 10c.

Climb Trip de Reveillon (MG): "Bando de Badernistas".


A escalada é um esporte sério, mas quando junta uma galera que gosta de uma farra, fica difícil manter a postura de "atleta". Atenção: não estou dizendo que desrespeito a escalada. A presença de amigos na base de uma falésia ou de uma área de boulder é fundamental. Afinal, qual a graça de mandar um boulder ou via e não poder compartilhar essa alegria com alguém? Nossos amigos dentro da escalada são mais que meros "colegas" ou "conhecidos", eles são parceiros aos quais confiamos nossas vidas em suas mãos. Mas como todos sabem, muitos amigos reunido sempre acaba em farra. E essa viagem para a Serra do Cipó não poderia ter sido diferente. Dedicarei esse post às palhaçadas acontecidas durante essa trip.

Pai Pretinho.

Poucos minutos após a chegada de 2010, os amigos que se hospedaram no Acampamento do Tio Gibara, receberam uma visita muito especial: Pai Pretinho, uma entidade que se apossou do corpo do João Ricardo (Campinas) e fez algumas previsões pra o ano que acabara de começar. Quando perguntado sobre o tempo que faria na manhã seguinte, - afinal já chovia há quase uma semana na Serra do Cipó - Pai Pretinho, com convicção, afirmou que veríamos o "astro rei brilhando sobre nós" enquanto escalávamos. Durante a "consulta", perguntaram ainda quais vias estaria próprias para escalada. Pasmem! Pai Pretinho respondeu corretamente quais vias estariam secas e molhadas, e ainda detalhou quais agarras estariam ensopadas. Regado à muita cachaça e charutos, Pai Pretinho atendeu à todos pacientemente. Ao final da "consulta", Pai Pretinho agradeceu aos orixás e foi embora e levaria consigo a catinga dos charutos e a cachaça. Porém João Ricardo pediu para que a entidade não lhe tirasse o "mé". Pai Pretinho acatou o pedido do campineiro.

Mess in the Darkness.

No finalzinho da tarde do dia 2 dezembro o disjuntor da casa queimou e durante toda a noite ficamos sem luz. Desânimo? Com certeza, se não fosse pelo fato de que há exatos 27 anos atrás nascia o dono do Acampamento, o Tio Gibara. Para comemorar a célebre data resolvemos curtir um forrózinho na Serra do Cipó. Porém devido à juras de morte recebidas pelo João Ricardo e pela Dani por parte dos locais, resolvemos parar em bar na Vila Cipó. Ao som de uma banda merda, conversamos sobre alguns hits do YouTube como o Professor Gilmar, Drops do Away, Estrombelete de Forno, dentre outros. Após algumas garrafas (leia-se dúzias) e duas garrafas de Pepsi, voltamos para o Acampamento, onde continuou a comemoração. Pense numa galera que gosta de uma bagunça? Agora some muito álcool e falta do que fazer. A farra começou quando o aniversariante achou uma rolha de vinho e teve a "genial" ideia de queimar e fazer "bigodinhos" em todo mundo. 

Mas sem dúvidas, o pior ainda estava por vir. Lá pelas 3 horas da madrugada, deu-se início à uma guerra de biscoito. A disputa era para ver quem cuspia mais biscoitos Pit Stop enquanto falava. A competição teve um empate técnico entre a Vê e o Gibara. Enquanto todos já se preparavam para dormir, Bianca "Habbibs" Castro (Rio), aproveitou que o Tio Gibara pegou no sono e resolveu acordá-lo jogando cachaça em sua boca. Foi a gota d'àgua, quer dizer, de cachaça. Em um dos poucos momentos de lucidez, a galera lembrou que estavam no Cipó e que teriam que escalar no dia seguinte, e com isso foram dormir. 

Aviso1: Em caso de ameaça de processo, comunico que todas as histórias acima foram filmadas, logo, podem ser comprovadas. As farras contaram com as participações de Gibara, Lucas, Vê, João Ricardo, Dani, Pedro, Bianca, Sandrão e eu. Aviso2: Temendo represálias e processos judiciais, a Família Buscapedra fechou um contrato com o advogado João Ricardo Gonçalvez, renomado Doutor em Direito de Campinas (SP), discípulo do Professor Gilmar.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Climb Trip de Reveillon (MG): Amigos.


Dando início a série de post temáticos, resolvi falar um pouco sobre os amigos que fiz e os que encontrei durante essa viagem. A escalada para mim sempre foi - depois de uma filosofia de vida - um esporte no qual sempre puder praticar ao lado de bons amigos. Dentro da escalada fiz grandes amigos que estão ao meu lado há muitos anos. O melhor e mais importante deles é meu pai, é claro. Mas mesmo depois de tantos anos de escalada, vejo que ainda posso fazer novas e sustentar antigas e grandes amizades. Nessa viagem de final de ano, tive o prazer de conhecer pessoas incríveis que merecem total destaque neste post da Família.

"Social" com a galera para aquecer antes de entrar nas vias. Foto: Pedro Gomes.

Para começar, durante a minha estadia na cidade Ouro Preto pude conhecer os brothers Gabriel Tropia e "Magoo". Dois fortes escaladores locais que me apresentaram vários boulders incríveis e um projeto que, em especial, me chamou bastante atenção: o "Irmãos Coragem". Um teto incrível com agarras médias e pequenas. Os dois são responsáveis por abrir diversos lances no local, alavancando o nível do local. Além disso, eles fazer um trabalho legal de preservação e manutenção de todo os boulders e trilha do Morro São Sebastião. Tive o prazer de conhecer ainda mais dois brothers pilhadões para a escalada, o "Cesinha" e o "Queijada".

Já na Serra do Cipó, o prazer foi ainda maior. Quando nos dirigimos para a cidade, eu e meu irmão não sabíamos ao certo onde iríamos ficar. Chegamos na casa alugada pelo pessoal de Campinas (SP), apelidada pela galera de "Acampamento do Tio Gibara". Pedrinho e eu fomos muito bem recebidos e acolhidos com a maior festa. Na casa tive o prazer de conhecer pessoas incríveis como o próprio Gibara, Dani, Sandrão, Michele, Lucão, Vê e o Carlão. Ainda no "Acampamento", tive também o prazer de rever amigos como a Bianca Castro e o João Ricardo. A viagem para o Cipó não poderia ter sido melhor. Durante a minha estadia lá pude escalar com os amigos de Brasília (DF) Pedro Raphael e o Gabriel Avila. Escalei com meus queridos "tios" Barão e Rafa, proprietários do Abrigo Cipó. Revi amigos como Fábio Muniz, Luis Cláudio "Pita", Márcio, Biê, Lucas "Jah" Marques, Caio, Raquel Guilhon, Ricardo, Flávia, dentre outros.

Alguns amigos que passaram o Reveillon com a gente no "Acampamento do Tio Gibara". Foto: Barão.

Quero agradecer essa galera por ter salvado a minha viagem de final de ano que depois de tanto perrengue estava se tornando um "pé-no-saco". Espero passar mais Reveillons como esse. Que 2010 seja o ano da escalada.

Climb Trip: Ouro Preto e Serra do Cipó (MG).


Praça Tiradentes em Ouro Preto (MG). Foto: Pedro Gomes.

Começarei este ano com posts dedicados a viagem que fiz durante o final do ano de 2009. Para começar conto em um apanhado geral como foi a viagem. Mas em breve farei post específicos sobre diversos temas relacionados à viagem. Como diria o grande amigo Gibara, "pense numa viagem louca!", então, foi assim a minha trip de Reveillon pelo o belo estado das Minas Gerais. Saímos do Rio de Janeiro às 7h30 do dia 29 de dezembro, como o combinado. Porém, os problemas começaram ainda em território 021. Resolvemos instalar o rack no carro do Daniel para colocarmos os crashs e as barracas embrulhados numa lona. Na Rodovia Washington Luis, com a força do vento, o rack foi arrancado por inteiro do teto do "peugeutzinho" e, por sorte, não atingiu nenhum carro. O que mais me surpreendeu foi a "boa vontade" de um homem em atravessar a rodovia para pegar o Jeremias - nome dado ao embrulhão. Corremos de encontro ao tal "bondoso homem" para "agradecer" sua caridade e recuperar nosso querido Jeremias.

Passado o susto, seguimos viagem para a cidade história de Ouro Preto. Famosa por suas igrejas, a cidade nos recebeu com muita chuva. Mas tudo bem, acredito que não tenha sido nada pessoal. Deixamos as coisas na República Aquarius e nos dirigimos aos famosos (e molhados) boulders do Morro São Sebastião. Resumindo a missa, não deu pra mandar quase nada durante essa viagem à Ouro Preto. Tudo molhado, muita chuva. Mas rolou muita diversão nos poucos boulders secos com os amigos Gabriel, Queijada, Magoo e outros!

Jeremias sendo instalado no teto do carro ainda em Ouro Preto. Foto: Pedro Gomes.

No dia 31, por volta das 13h, deixamos a cidade e nos dirigimos para a Serra do Cipó, onde passaríamos a virada do ano. Durante a viagem, mais perrengues. Pegamos muita chuva, mas leia-se "CHUVA PARA CACETE!". E devido à uma combinação de horas incessante de chuva e da passagem de cordas por dentro do carro para prender o Jeremias no teto, deu-se inicio à uma situação no mínimo inusitada: uma chuva dentro do carro. Acreditem! A água que entrava pela corda encharcou os bancos, molhou a todos nós e rendeu muitas risadas, por incrível que pareça. Mas graças a Deus, chegamos na Serra do Cipó molhados, mas em segurança. A viagem durou incríveis 6 horas - normalmente ela dura no máximo 2 horas -, com isso chegamos por volta das 19h. Só deu tempo de tomar um banho, colocar a roupa branca e esperar a chegado de mais um ano. Em breve um vídeo e mais posts sobre minhas Férias Frustradas de Reveillon em Minas Gerais.

Tempo bastante animador rumo à Serra do Cipó. Foto: Pedro Gomes.

Post ao som de Jason Mraz - Im Yours.