quarta-feira, 19 de março de 2014

Reconhecendo erros.


As vezes levanto algumas discussões aqui que geram certa polêmica. Na maioria das vezes, deixo bem claro que estas são minhas opiniões e estão longe de serem verdades absolutas. Muitas vezes quebro minha cara, mas confesso que poucas vezes retorno aqui para me redimir. Recentemente levantei uma bola no facebook sobre o departamento de competições da FEMERJ - Federação de Montanhismo do Estado do Rio de Janeiro. Na ocasião, a escaladora Flávia dos Anjos, era quem assumia essa diretoria. 

Em quase 15 anos dentro das competições, vi muitas associações de escalada nascerem e morrerem. Vi diretores de competições presunçosos, arrogantes e com egos inflados assumirem cargos com peitos estufados e sairem com o rabo entre as pernas. Nenhum desses, em nenhuma fase da vida, foram atletas ou se dedicaram de fato em algum momento à escalada esportiva. Porém, vi poucos assumirem tal cargo tomando tantas pedradas e pegando o cenário de competição estadual tão feio, quanto a Flávia. 

Muito de nós - competidores -, nos julgamos a última bolacha do pacote sem saber a fundo o que se passa por trás dos muros. No ano passado tive o prazer de me aprofundar nesse assunto durante uma conversar com a Flávia, pessoalmente. Um papo informal mas bastante construtivo. O motivo desse post é que às vésperas de um encontro para decidir o futuro das competições no Brasil, muita coisa do que proseamos naquela ocasião, na sala da Limite Vertical, passa a fazer um sentido absurdo! Muito se fala em contruir associações, mas o que adianta uma coisa dessa organizada, se os escaladores não participam dos eventos? Os campeonatos do Rio estão abandonados e a culpa são dos escaladores do estado. 

Esse post ser um reconhecimento e uma parabenização pelo excelente trabalho que a Flavinha vem desempenhando a frente desse departamento. Um trabalho que eu botei em xeque, não pela capacidade da Flávia, mas por todo o retrospecto negativo que essa diretoria passava - e passa. Então, expresso aqui toda minha admiração pelo o que você, Flávia, está fazendo pelo esporte dentro do cenário das competições e que, ao lado do Felipe Dallorto, fazem pela escalada em todas as outras modalidades. Parabéns.

Post ao som de Dennis Brow - More.

sábado, 14 de dezembro de 2013

Vídeo Climb Trip Cocal 2013.


Demorou mas saiu. Como prometido, está aí o registro de 10 dias de viagens. Tudo bem que tem mais bobeira do que escalada, mas pelo menos o filme foi fiel ao que aconteceu. Cada dia que passa, cada kilômetro que percorro ao lado da Glau, eu sinto que eu melhoro como escalador e pessoa. Dedico esse post à ela. À ela que me ensina um pouco todos os dias e à que me atura por anos! Obrigado, Glau.



Sabe como é né? Que curtir, pode deixar um comentário aqui no blog.
Até a próxima trip.

Post ao som de Rupestre - Flores.

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

ClimbTrip: Mais uma vez, Cocal!


Mais uma ClimbTrip planejada em cima da hora e, sem dúvidas, uma das melhores que já fiz até hoje. O destino, mais uma vez, foi o paraíso para os escaladores esportivos: o Parque dos Pirineus, localizado na cidade de Cocalzinho de Goiás (GO) - ou Gueto, para os mais íntimos. No total foram 12 dias de viagem. Saí do Rio - na segunda-feira (11) por volta das 10h da manhã - com ela, que hoje é a minha maior parceira da vida, senhoras e senhores: Glauce Ibraim "Mozão". Chegamos em Pirenópolis (GO) por volta de 1h00 da madrugada. Sim, a gente foi de carro: 1.300km, só pra rir em Cocal. Mas nos perdemos na estrada, culpa do CPF, digo, GPS que "se" perdeu - eu juro que foi ele - por isso demoramos 14 horas!

Ficamos crowdiando instalados na casa da nossa "orgulha", a nossa bombeira de ouro, Gabi Oliveira. Foram 8 dias de muita escalada e dois de descanso - ninguém é de ferro, né amigão? Um detalhe que vale ser dito: choveu todos os dias! Quando eu digo "choveu todos os dias!", leia-se, "caralhadas de litros d'águas despencavam sem pena sob nossas cabeças". Mas Cocal é mágico. Os blocos de quartzito do cerrado nos proporcionaram muitas escaladas! Por falar em escaladas, uma lista das pedras que eu subi:

Bem-vindo, V1 - Casa da Cobra ★★★☆☆
Teto de Vidro, V2 - Casa da Cobra ★★★★★
Pipa, V3 - Casa da Cobra ★★★★★
Cock Pit, V3 - Casa da Cobra ★★★☆☆
Floresta, V4 - Casa da Cobra ★★☆☆☆
Samambaia, V4 - Casa da Cobra ★★★★★
Justiceiro Natalino, V5 - Casa da Cobra ★★★☆☆
Meio dia na casa, V5 - Casa da Cobra ★★★★☆
Fissuras, V5 - Casa da Cobra ★★★★★
Pirata, V5 - 29 ★★★★☆
Blue Ice, V5 - Casa da Cobra ★★★☆☆
Tormenta, V5 - Pista ★★★★☆
Perrengue, V5 - Casa da Cobra ★★☆☆☆
Muy THC, V6 - Casa da Cobra ★★★★★
Relâmpago, V7 - Pista ★★★★★
Linha, V8 - Pista ★★★★★
Limão, V9 - Casa da Cobra ★★★★☆
Limonada, V10 - Casa da Cobra ★★★★★ 

Queria também comunicar a cadena da Glau no Muy THC, V6 (setor Casa da Cobra). O primeiro 6 dela! E que a ensinou muito. A pedra educa, Mozão! Foi lindo presenciar o desfecho de algumas viagens dedicadas à ele. Foi demais! Obrigado por me deixar aprender sempre um pouco mais com a sua escalada. Além do Muy, outras cadenas de destaque da "nêga" foram os dois V5: Tormenta (setor Pista) e o Fissuras (setor Casa da Cobra). PARABÉNS, ZÃO!

Infelizmente para mim, a trip não é eterna. Devido alguns eventos sociais, tive que retornar para o Babylon de Janeiro. Saímos de "Piri" às 7h da manhã de quinta-feira (21) e paramos para dormir em Belo Horizonte (MG) na casa da Branquinha Franco, após rodar mais de 800km. Retomamos à estrada durante os primeiros raios de sol. Deixamos a capital mineira por volta das 6h da matina e finalizamos a viagem às 11 da manhã já em solo carioca. 

Foram muitas risadas, muitos ensinamentos e muitas amizades feitas e outras tantas fortalecidas. Queria dedicar esse post à gratidão às dezenas de brothers e sisters de Goiânia (GO) e Brasília (DF) que me passaram muitos aprendizados e fizeram a vibe durante essa trip - em especial ao Pedro Raphael, que me deu a cidadania cocalense. Valeu, Pedrão! Irei honrar esse título. De coração: Obrigado, COCAL! E para fechar o post, algumas fotos. PS: está saindo um forno um vídeo com algumas cadenas e palhaçadas dessas viagens - confesso que tem mais palhaçadas.

 Saida do ErreXota! VIBE. VAMO! Foto: Instagram.

Parados em uma obra na estrada, foi possivel observar o cerrado dando às caras. Em algum lugar da BR-040. Foto: Instagram.

Depois de quase 10 horas de viagem, somos abençoados com um pôr-do-sol maravilhoso na BR-040 já no Goiás. Foto: Instagram.

Indo pro pico ao som da banda Rupestre. Primeira parada: Casa da Cobra. Foto: Instagram. 

Pedrão da Casa da Cobra: o bloco mais clássico do Brasil! Foto: Instagram. 

O Gueto pune aqueles que estavam alguns dias sem escalar forte. Após a punição vem o aprendizado. Depois dele, as cadenas. Foto: Instagram. 

Depois de um dia cheio de climb, Glau sofrendo vendo o jogo do time dela. Foto: Instagram. 

Morro do Cabeludo. Ainda fechado, mas um dia vou conhecer esse lugar. Foto: Instagram. 

Cajuzinho-do-cerrado. Uma iguaria exclusiva do cerrado! A Glau se alimentou dessa porra durante toda a trip! Foto: Instagram.

Arquitetura de Pirenópolis (GO). Foto: Instagram. 

O calor do cerrado é osso! Se eu de camiseta tava mal, imagina o amigão ai que pelo visto a mulher não foi muito generosa. Ou melhor, foi, mas com os outros também! Foto: Instagram.

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Evolv Bandit SC: a polivalente.


Em maio deste ano, adquiri mais um modelo de sapatilhas da Evolv, a Bandit SC. Conversando com o Pedrinho Leite (Adrena/Evolv Brasil), disse que queria uma sapatilha que pudesse me ser útil em várias modalidades dentro da escalada. E depois de exatos 7 meses de uso intenso, resolvi escrever esse post porque o resultado superou todas as minhas expectativas.
  1. Em primeiro lugar, o que o mais me chamou a atenção na Bandit SC foi o extremo conforto. De longe, é a sapata mais confortável que já experimentei em 20 anos de escalada - incluindo modelos La Sportiva e Five Ten.
  2. A durabilidade da Bandit SC é algo que deve ser exaltada também. Usei a sapatilhas em todas as escaladas que fiz esse ano. Todas! O shape se manteve intacto, não alargou e nem cedeu muito.
  3. A polivalencia desse modelo é incrível em qualquer modalidade e nos diversos tipos de rocha e ambientes indoors do país. Para se ter uma ideia, esse ano escalei boulders no granito em Itacoatiara (RJ) e na Reserva do Grajaú (RJ), no quartzito de Cocalzinho (GO) e Ouro Preto (MG), e no itabirito da Pedra Rachada (MG); via longa no gneiss do Pão de Açúcar (RJ); em vias esportivas no calcáreo da Serra do Cipó (MG); em 4 competições indoor em muros diferentes. Em todas, a Bandit SC se saiu super bem.
  4. O solado desta sapata também é algo que me surpreende a cada uso. O novo Trax XT® foi formulado para ser a borracha de alta fricção com o mais alto desempenho do mercado! Parece que deu resultado!
Review:
  • Durabilidade: ★★★★★
  • Variedade de estilos: ★★★★★
  • Conforto: ★★★★★
  • Solado: ★★★★★
  • Ponta: ★★★★☆
  • Calcanhar: ★★★★☆
  • Peito-de-pé: ★★★☆☆
Se alguém me perguntasse um dia sobre qual sapatilha comprar, tendo em vista que essa pessoa não não quer uma sapatilha específica para determinada modalidade de escalada, mas sim uma para praticar todas elas com alta performance, eu recomendaria a Bandit SC. Sem dúvidas! Acabei de pegar na Adrena mais um modelo, a Defy VTR. Em breve mais um revisão Aguardem!

Post ao som de Rupestre - Docê.

domingo, 27 de outubro de 2013

Ao mestre com carinho.


São exatos 56 minutos de uma segunda-feira de outubro. Ontem, dia 25, me consagrei campeão estadual do Rio de Janeiro, após três etapas - 1º na etapa OnBlox, 2º na etapa JPA e 1º na etapa Limite Vertical. Não consigo mensurar o quanto estou pessoalmente satisfeito. O ano foi recheado de lesões e pausas forçadas, mesmo assim, me mantive motivado. Mas me peguei pensativo desde que terminou a última etapa do RioBoulderFest 2013. Uma coisa ficou martelando na minha cabeça. Uma sensação estranha. Algo que não dá pra explicar, só sentir. E eu já sabia o que era. Ou melhor, quem era.

Este ano começou com a perda de uma pessoa muito importante. Uma pessoa da qual, em pouco tempo, virei fã. Um ídolo que se tornou um amigo - e eu me tornei o "Caiozinho". Um amigo que ironicamente esteve presente em quase todas as fases da minha escalada e foi embora sem se despedir. Mas que de tão presente que sempre se fez, tenho certeza, estava lá na Limite Vertical neste último domingo. Obrigado pela sua benção, sua vibe e seus "levs" que me deu daí do alto. Obrigado. Tenho certeza que ficaria orgulhoso. Dedico esse título à uma pessoa, um ídolo, um amigo: Fábio Muniz. Obrigado! Ao mestre, com carinho.

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Rio Boulder Fest 2013 começa da melhor forma possível.


Boas notícias na 1ª etapa do Rio Boulder Fest. Foi realizada no último domingo (25), a etapa inaugural do novo Circuito Estadual de Boulder do Rio de Janeiro - o Rio Boulder Fest 2013. O evento contou com a participação de 26 pessoas - um número muito pequeno mas que mostra o cenário que se encontra a escalada de competição do Rio. Todos deram muita raça e foi muito legal de ver mais uma vez a garotada do muro do Gláucio (Petrópolis, RJ) apertando demais. Vocês são o futuro da escalada do estado, quero ver dedicação! O campeonato aconteceu de forma organizada e cumpriu todos os horários do cronograma. Mesmo começando mais tarde, o STAFF se agilizou na fase final e terminou o campeonato na hora prevista. Parabéns Pedrinho Soares e todo o STAFF da OnBlox e do departamento de competições da FEMERJ.

 Encadenando um boulder durante o festival. Foto Rafael Stutz.

Porém nem só de flores vive esse blog. Quero aproveitar para fazer algumas críticas a minha participação. Como disse no post passado, meu rendimento não seria um dos melhores em função da falta de treinamento. E foi exatamente isso que aconteceu. Consegui fazer exatos 5mil pontos na fase do festival, o que me classificou em 3º para a final - estratégia de fazer pontos sem me cansar. Uma observação: ainda na fase do festival, consegui encadenar a vista um boulder de 1mil pontos - maior pontuação da competição. Me senti confiante, mas não tentei mais boulders difíceis. Resolvi me poupar para a final. Na final, outro problema. Apesar de ter passado fácil pelo 1º boulder e achar que o segundo problema estava bastante difícil, pois necessitava de um reconhecimento prévio do muro - em função da obrigatoriedade de segurar nas bordas da estrutura -, achei que deveria ter mandado o 3º lance. Infelizmente senti a minha condição física. Minha meta para as próximas etapas é sempre que passar para a final, encadenar pelo menos dois boulders.

Organização e campeões posando para a foto oficial. Foto: Rafael Stutz.

No mais, foi tudo perfeito. Parabéns ao Daniel e ao Diego que ficaram na segunda e terceira posição, respectivamente. E a Bibi Castro por ganhar o Feminino. Acompanhada é claro pelas minhas paixões, Lulu Riscado e Glau Ibraim "Mozão", ocupando a segunda e terceira posição, respectivamente.  O caçula da FB, Pedro Gomes, ficou em 5º na final e tem chances de fazer pódio durante esse circuito. Parabéns e muito obrigado, galera.

Post ao som de Otto - Moon 1111.

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Olha o Cariocão aí gente! - quer dizer, Rio Boulder Fest!


O campeonato mais charmoso do Brasil está de volta - com um nome ainda mais chic. O Rio Boulder Fest 2013 começa neste domingo. A primeira etapa será sediada pelo muro OnBlox na cidade de Nova Friburgo - região serrana do Rio. O circuito contará com 3 etapas - todas em formato de festival com finais para os melhores colocados. Além do muro friburguense, outros dois muros cariocas sediarão etapas. São eles: Centro de Escalada JPA (29/09) e Centro de Escalada Limite Vertical (27/10). A novidade é que a categoria "Amador" dará lugar para a "Juvenil". Portanto só haverá duas categorias, ambas com masculino e feminino: Juvenil e Máster. Para maiores informações, acesse o site de competições da FEMERJ.

Infelizmente tive pouco tempo para me preparar em função da minha lesão que me afastou quase 2 meses das escaladas. Mas se devemos ver tudo pelo seu lado bom, pelo menos chego para esse campeonato sem nenhuma lesão grave ou que me impeça de realizar determinados movimentos. Minha expectativa para essa etapa é ficar bem posicionado para poder entrar em forma ao longo do circuito e brigar pelo título novamente esse ano. Estou indo para o Refúgio da Família Buscapedra nesta sexta (23) a noite com o caçula da FB, Pedro Gomes e nossas fiéis escudeiras Luana Riscado e Glauce Ibraim. Haverá uma concentração até o campeonato regado à boas risadas e boas vibrações.

Espero dar boas notícias em breve.