Mas ainda assim, mesmo depois dessa explicação, as pessoas ainda não compreendem - por se tratar de um esporte amador como a escalada. "Mas vocês não ganham dinheiro com isso, como podem ser profissionais?". De fato não ganhamos nenhuma moeda, porém o profissionalismo está além do valor financeiro. Para facilitar o compreensão, costumo utilizar o futebol como referência. Pergunto-lhes: "para vocês, o jogador Adriano é profissional?". Com medo de falar besteira, elas tendem ao silêncio, porém respondem um tímido "acho que sim". E eu explico. Hoje ele não é um profissional. Ao meu ver, a partir do momento que ele começou a se meter em consecutivos escândalos, ele perdeu sua total credibilidade perante a sociedade. Ele é rico? É! Ele é famoso? É! Mas é uma pessoa que demonstra uma infelicidade pessoal e não desempenha as funções que é encarregado. Ou seja, não tem profissionalismo.
Hoje o atleta tem a função de se tornar um espelho de bem-estar e saúde para todas as gerações. Eu não gostaria que um filho meu se parecesse com o Adriano. Mas quem não gostaria de ter um filho como o César Cielo? Está ai um cara que eu considero profissional! E não é porque hoje ele é o recordista mundial nos 50 e 100 metros em piscina olímpica. Mas sim por ser um atleta responsável, humilde e que ama o que faz. Para não fugir muito da escalada, aproveito a oportunidade para citar um escalador que considero ser, atualmente, o mais profissional de todos: Eliseu Frechou. Com 25 anos dedicados ao esporte, Eliseu nunca mandou v13 ou 11a - e nem sei se isso é uma meta para ele -, mas cumpre com suas tarefas e é bastante elogiado por seus patrocinadores. Parabéns Eliseu, seu profissionalismo é uma inspiração para todos nós da Família Buscapedra.
Post ao som de Goldfinger - Superman.
1 comentário:
Legal sua reflexão! Mas acho que o que a sociedade de hoje acha sobre o profissionalismo é que tira seu sustento de tal atividade, assim sendo, haveria pouquissimos escaladores profissionais no Brasil.
Por outro lado, há gente que não tira seu sustento da escalada, as vezes não ganha nada, ou apenas complementa sua renda com algum patrocinio.
Eu vejo que o profissionalismo é mais importante para o individuo, para sociedade, o mais importante é comprometimento. Ou seja, aquele escalador que abre via, que ensina as pessas a escalar, que fomente a escalada de alguma forma, mesmo que seja com publicações, aliás, elas são muito importantes, pois passa pra frente a cultura da escalada e do montanhismo. Sem isso, estariamos a cada geração reinventando a escalada no Brasil
Enviar um comentário